Olá leitores!
Todos nós possivelmente já ouvimos falar ou até estudamos sobre a seleção natural. É uma teoria(que na realidade é muito prática) sobre os seres mais fracos e os seres mais fortes, sendo que os mais fortes e com melhores caracteristicas de adaptação ao ambiente sobrevivem.
Parece estranho falar disso em um blog que é voltado para a motivação pessoal nos investimentos e que visa dar noções básicas e gerais para quem deseja investir, certo? Nem sempre. Devemos, ainda mais como blog que possui uma visão independente, imparcial e totalmente isenta de tendências, dar a você leitor, a realidade do mundo dos investimentos, mercado financeiro e moedas. Para tanto podemos falar simultaneamente que o mercado financeiro é muito bom, mas também é muito ruim. Podemos ir mais além, falando que você poderá ter grandes ganhos, contudo deverá se preparar para algumas perdas.
Ultimamente tenho visto e reencontrado diversos conhecidos e até amigos meus que trabalhavam no mercado financeiro, em corretoras e agências do tipo, porém hoje estão fora deste cenário. Os motivos são os mais diversos, mas o que mais me chama a atenção é: Todos dizem que é muito cansativo e enjoativo, além do que, aqueles que são mais sensíveis ao ser humano, dizem ser uma tarefa causadora de insônia.
Certa vez confirmei isso com um profissional que é doutor em economia, porém não atua no mercado financeiro como operador ou analista, mas sim investe no mercado financeiro internacional, e então ele havia dito que de fato, todos poderiam perder com a crise, contudo, quem menos perderia seriam as corretoras. Todos poderiam quebrar, mas as corretoras ainda seriam o grande forte do mercado. E isso é fato! Estamos em um mercado que não tem pena de ninguém, alias, o capitalismo não tem pena de ninguém e essa é a regra do jogo para quem deseja nele permanecer; lutar, lutar e lutar.
Mas vocês perguntarão como pode um operador(Agente Autônomo) sofrer tanto, certo? A resposta é bastante clara, uma vez que no mercado existem as corretoras que ganham a famosa corretagem, os AA(nada de alcoólicos anônimos, mas sim Agentes Autônomos), recebem uma pequena parcela do que geram de corretagem. Além disso ainda existem as metas que devem combater para manter seu posto, o que, se não me falha a memóri,a é um ato proibido segundo a legislação trabalhista, uma vez que a pessoa galgou determinada posição não poderá retroceder, o que já vi acontecer em corretoras. Infelizmente tais metas não são somente ilustrativas, mas são bastante árduas para conquistar, como por exemplo:
- Conquistar x% de novos clientes.
- Vender um determinado número de apólices de seguro de carro, vida e outros(sim, isso para Agentes Autônomos, o que não é sua função oficial).
- Integrar um determinado número de pessoas a clubes ou fundo de investimentos.
- Fazer movimentação mínima de xx milhões de reais.
Essas são apenas algumas metas que já ouvi, quando me ofereceram um serviço em um escritório de investimentos, contudo em outro - não sei se por ser convidado a me tornar sócio, ou é porque o estilo era diferente - não me foi dado nada de metas, eu é quem as definiria, o que penso ser o mais sensato, ainda mais para um agente autônomo.
Essas atividades, que muitas delas não são inerentes aos Agentes Autônomos oficialmente, geram um grande desgaste no profissional, fazendo com que desempenhe funções para as quais não se sente bem, e por este motivo vi muitos profissionais, que até então eram altamente capazes, realizando operações em opções com raras perdas, deixando o mercado financeiro.
Alguns até me confessaram que em virtude da corretora enviar sugestões de negociações e tendo os AA a obrigação de falar com seus clientes antes, após o aceite do cliente, ficavam tensos e não sabiam o motivo de a corretora ter indicado, o que muitas vezes de fato dava errado, e quem ficava como parte ruim da história, era o AA.
Isso tudo traduz o que podemos perceber como seleção natural do mundo financeiro, onde muitos - que por vezes são bons traders - saem do mercado, outros novos chegam, empolgados, e logo saem. É um setor com grande rotatividade em muitas regiões, em outras nem tanto, contudo, enquanto não houver uma racionalização, organização e fiscalização efetiva das negociações do AA, continuarão sendo um saco de pancadas tanto da corretora quanto dos seus clientes quando houver perda, mas quando houver ganhos, serão considerados grandes amigos. É assim que funciona o mercado financeiro do lado dos operadores.
Você pensa que isso só se aplica aos operadores? Não caro leitor, isso tudo também vai àqueles que são investidores profissionais, que vivem disso, porém não existe no caso a pressão da corretora, mas sim a sua própria pressão que cada um poderá se auto-regular.
Não sou e nunca fui AA ou trabalhei em qualquer empresa ou corretora, apenas como já tenho praticamente 6 anos de atuação no mercado financeiro como investidor, curioso e aprendiz(nem todos desses 6 anos foram investindo, portanto) conheci muita gente, conversei com muitos profissionais e como falei anteriormente, já tive duas propostas para me tornar um operador, bem como para ser sócio de um escritório de investimentos, além de ter frequentado e ministrado algumas palestras para amigos e conhecidos. Essa é a minha realidade do mercado, infelizmente hoje não freqüento tão assiduamente as salas de operações das corretoras pois em virtude de tudo o que relatei, de ter tido um grande operador intermediando as operações que fazia, ele acabou se tornando um quase escravo de sua corretora e saiu do mercado. Hoje tenho minha conta na mesma corretora porém em outro escritório que não sofre de tais problemas e que tratam o cliente como pessoa, deixando de ganhar por parte da corretora por conquistar mais clientes, mas mantendo a qualidade.
Isso é um alerta para as corretoras, pois cliente insatisfeito é cliente perdido, portanto, valorizem os seus colaboradores, funcionários ou quem atue no mercado com vocês, pois um AA com acúmulo de função e desgaste físico e psicológico é uma das armas com maior eficácia para a perda de um cliente.
Obrigado para quem leu até o fim.
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