Agora vou tocar em um ponto que está em moda, sobre a tal da "Guerra Cambial", algumas pessoas defendem que não há nada disso, enquanto outras afirmam veementemente que há sim um grande conflito mundial para o comando do câmbio.
O que na verdade acontece é o que sempre aconteceu, um grande conflito de interesses. Enquanto o Brasil quer ter a sua moeda valorizada, para favorecer as exportações e dificultar as importações, outros países também desejam isso. Acontece que se um fizer algo, pode prejudicar o outro, ou favorecer um terceiro, sendo assim, isso se fecha como um círculo.
Nesta quarta-feira tivemos a divulgação do FED, que é o Banco Central dos Estados Unidos, anunciando um pacote de 600 milhões de dólares a serem injetados nos títulos do governo em médio prazo até meados de 2011, isso causou um certo otimismo nas bolsas e mercados. Tanto é que até as bolsas asiáticas reagiram com alegria ao noticiado.
Não podemos dizer que isso é um problema isolado, embora que os países pensem assim, afinal de contas, com os Estados Unidos colocando milhares de dólares no mercado, podemos ter uma grande vinda de dólares para o Brasil, afim de que seja aproveitado o juro altíssimo do país se comparado aos de outros países. Sim, isso pode causar um enfraquecimento da moeda norte-americana frente ao real, deixando mais complicado ainda para quem for exportar.
Vou mostrar de um modo bem didático como funciona o que será feito:
- O governo norte-americano imprime dólares(sim, vai ali e imprime, como se fosse um xerox).
- Com o dinheiro impresso, o governo compra títulos governamentais que estão em poder dos bancos. Os bancos pegam o dinheiro e entregam os títulos.
- O dinheiro na posse dos bancos, dá maior oportunidade de bancos emprestarem dinheiro aos correntistas, fazendo assim o dinheiro circular mais facilmente.
- Esse dinheiro, os correntistas pegam ele a juro de 0,25% ao ano, que é o juro básico dos Estados Unidos, e investem em países como Brasil, que por baixo, ganham 5% ao ano. Isso no 'pior' dos casos, ha meios de investimentos que rendem mais, isso todos sabemos.
Porém no que tange ao Brasil, é possível vermos que algumas das soluções são as que alguns países europeus já adotaram desde o auge da crise financeira. Qual é? A redução de custos do governo(CUSTOS, não necessariamente investimentos) e a dívida pública.
Agora entrando no campo da política, o governo brasileiro fazendo como governos europeus, reduzindo os custos do governo, seria um bom meio para ajudar o Brasil a superar essa enxurrada de dólares no mercado e poderia reduzir o impacto da desvalorização do dólar. Mas quem disse que os governantes do Brasil vão deixar de usar cartões corporativos e deixar de andar em carros que gastam um litro de gasolina a cada 4 quilometros rodados? Oras, essa é a postura que não podemos esperar, portanto, os cortes que poderemos ver são de alguns investimentos que deveriam ser aplicados sempre... Mas essa é a área da política, então prefiro me restringir meus comentários à economia.
O que resta agora a nós, é aguardar para ver o reflexo das atitudes que foram tomadas pelo governo norte-americano e a postura que o governo brasileiro também irá adotar, saliento que as medidas tomadas deveriam ser em conjunto com outros países do mundo para que tivessem real impacto.
Então a meu ver, é isso o que posso falar sobre essa questão de câmbio, dólares e etc...
Obrigado pela visita!
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